tag:blogger.com,1999:blog-38445551.post6498892607291777477..comments2023-09-23T15:43:47.704-03:00Comments on Retratos por escrito: O triunfo do carpe diemAndréhttp://www.blogger.com/profile/05772825173501715058noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-38445551.post-29112762264380356032013-08-31T21:35:12.701-03:002013-08-31T21:35:12.701-03:00Olá, André.
Muito interessante sua abordagem do r...Olá, André.<br /><br />Muito interessante sua abordagem do romance de Aldous Huxley. Admiro muito sua capacidade analítica e, sobretudo, a consciência que você sempre demonstra dos limites que sua análise pode alcançar. Certamente se pode contribuir muito mais com uma dada leitura de uma obra se escolhemos focar um aspecto apenas e não abarcar toda sua totalidade, o que é, em todo caso, impraticável. <br /><br />Nesse sentido, também percebo nessa assunção do limite da análise, nessa confissão de não ter lido mais a respeito do que se propôs a comentar, o que implica objetivos de análise mais modestos, uma demonstração de honestidade intelectual. Isso é algo que prezo bastante em você.<br /><br />Penso que sua leitura de "Admirável mundo novo" é mais cuidadosa que a minha. Você tem o cuidado de desfiar a trama narrativa diante do leitor, de modo que sua avaliação da obra torna-se para este algo mais compreensível que a minha. Entenda: não faço aqui o elogio fácil ou falso, só para agradá-lo. De fato reconheço as precauções que você toma para não ficar apenas no comentário superficial e você mesmo deve ter a consciência desse processo, uma vez que, para expressar-se por escrito, acaba por produzir textos relativamente extensos, apesar de não ser o caso deste especificamente. Digo-o também sem falsa modéstia. No geral, agrada-me o ato de escrever, mas julgo que me atenho a registrar impressões sobre os livros que leio e não comentários analíticos propriamente. Trata-se de uma operação um tanto mais emocional, que, para mim, representa uma forma de conservar na memória os sentimentos que me invadiram durante a leitura.<br /><br />Concordo com você que a única objeção séria ao mundo imaginado por Huxley seja a que você apontou: a inexistência de elementos humanos. Tudo aquilo que remete ao humano é ali suprimido.<br /><br />Mas não creio que qualquer solução encontrada pelo homem possa fazer surgir um mundo como esse, marcado pelo prazer sem limites e destituído de todo sofrimento. Se tal fosse possível no mundo real, seria justificável o anúncio da morte de Deus. Penso que Deus não seria mesmo necessário em um mundo em que todos se sentissem plenamente felizes e onde não houvesse o sentimento de angústia diante da finitude da vida. <br /><br />Sabemos para onde nos conduziu todas as ideologias que prometeram um mundo melhor...<br /><br />Obrigado pela troca de experiências e pela amizade. <br /><br />Um grande abraço!Sérgio Santoshttps://www.blogger.com/profile/10402168072714032347noreply@blogger.com