A despeito do tempo curtíssimo gasto no passeio pela capital francesa, a diversidade de experiências novas chegou perto de ser atordoante. Isso foi motivado em parte pela própria escassez de tempo disponível: preferimos passar correndo por uma grande quantidade de lugares a visitar detidamente um ou dois. E para isso foi fundamental a presença da Régine, que conhecia muito bem a cidade, os meios de transporte e os atalhos aos pontos mais interessantes. Foi assim que passei, ao todo, duas horas dentro do Louvre, que mereceria uma visita de uma semana. No mesmo espírito, devo ter ficado menos de meia hora na catedral de Notre Dame, mais ou menos o mesmo na basílica do Sacré Coeur, uns quinze minutos sob o Arco do Triunfo, e assim por diante. A narrativa do que ocorreu dentro ou nos arredores desses pontos turísticos célebres de modo algum esgota os acontecimentos interessantes que vivenciei em Paris; na verdade, sequer chegam a ser os mais importantes. Apesar disso, começarei por aí.
O Arco do Truinfo é um belo monumento, mas nada que se possa considerar empolgante. Ele é, talvez, tanto pela fama quanto pelo tamanho, o maior exemplo do valor dado pela cultura francesa aos seus mortos em guerra, como já comentei num post anterior. As duas igrejas acima mencionadas são lindas, com traços arquitetônicos ricos e repletas de belíssimas esculturas e outras obras de arte. Quando entrei em Notre Dame, havia no ar um canto muito bonito. E em Sacré Coeur acabei presenciando parte de uma missa que contava, também, com belas músicas. Embora o valor espiritual disso seja muito discutível, não deixou de ser muito agradável ao meu senso estético. O impacto só não foi maior porque, estando na França há várias semanas, eu já estava acostumado a ver prédios bonitos por todos os lados. Considero a primeira catedral mais bonita, mas a segunda tem também uma vantagem nada desprezível: depois de subir as centenas de degraus que levam à entrada (eu contei o número de degraus, mas já não me lembro de quantos eram), tem-se uma vista maravilhosa da cidade - que só não se mostrou ainda mais maravilhosa porque o tempo estava parcialmente nublado.
O Louvre é um caso à parte. Poderíamos ter gasto as duas horas de que dispúnhamos para o passeio apenas na fila para compra dos ingressos, que era gigantesca. Isso não aconteceu apenas graças, mais uma vez, à Régine, que nos conduziu a uma entrada lateral, meio escondida, desconhecida da quase totalidade dos turistas, e na qual não havia fila alguma. (Quem for ao Louvre algum dia me pergunte onde fica essa entrada, que eu explico.) Eu disse acima que poderia passar uma semana lá dentro, mas, pensando bem, creio que o ideal seria ficar ainda mais. Daria para permanecer uma semana em cada ala do museu. Lembro-me especialmente de ter passado correndo pelos quadros renascentistas e barrocos, pela ala egípcia e pelas esculturas gregas e romanas, ficando um ou dois minutos em cada sala, cada uma das quais contendo ao menos várias dezenas de peças. As seções árabe e medieval eu não pude ver, porque estavam em reforma. Mas o que vi, a despeito da pressa, foi maravilhoso. Para quem gosta de arte e história, é uma experiência inesquecível.
Não posso deixar de fazer um breve comentário sobre a Mona Lisa, já que todo mundo pergunta a respeito. É, de longe, uma das coisas menos impressionantes do museu todo, exceto pela quantidade de gente que se amontoa em volta dela para tirar fotos. (Sim, as fotos são permitidas, a despeito do que dizem os boatos.) É também a única sala em que me lembro de ter visto seguranças permanentes. Mas, sinceramente, não entendo o motivo. É um quadro minúsculo que fica atrás de um vidro espesso, e do qual não é possível, mesmo com esforço, chegar a uma distância inferior a uns três metros. Ou seja, mesmo que seja uma obra maravilhosa, não dá para ver muita coisa.
Fora dos pontos turísticos mais famosos também acontece muita coisa interessante. Merece destaque especial a música. Por toda parte - mas sobretudo nos lugares mais movimentados, é claro - há músicos oferecendo sua arte em troca das moedas lançadas pelos transeuntes. Sei que no Brasil isso também acontece, principalmente nas grandes cidades. A diferença reside no seguinte fato: aqui, os que já vi fazendo isso eram, em boa parte das vezes, velhotes com sanfonas meio desafinadas; gente a quem acabamos dando algum dinheiro por pura caridade. Na França, ao contrário, são músicos profissionais da melhor qualidade: no pátio interno do Louvre, um ótimo flautista; em algum lugar de que já não me lembro, um violinista igualmente bom; em frente a um teatro, uma cantora lírica, uma mulata cuja bela voz se fazia ouvir a um quarteirão de distância, numa avenida de trânsito intenso; numa rua qualquer, um quarteto de cordas; nas escadarias de Sacré Coeur, um harpista espanhol. Por todos os lados, excelentes músicos exercendo sua profissão com alegria, ao ar livre e em troca apenas da gentileza dos turistas. Os sons da alta cultura parisiense se espalham por todos os cantos, no meio da rua, e isso contribui para tornar os passeios a pé pela cidade muito mais agradáveis.
Os turistas de Paris são ao mesmo tempo espectadores e parte do espetáculo. Dentro do Louvre, nas ruas, no metrô, nos restaurantes, veem-se todos os tipos de rostos e roupas e ouvem-se muitos idiomas. Lá há europeus de toda parte, e em consequência disso há notas e moedas de euro provenientes de todos os países, ao contrário do que acontecia em Toulon. O simples ato de receber o troco de uma compra pode, portanto, trazer pequenas e agradáveis surpresas. Perto do Louvre, vi um sujeito que não sei de onde era, mas parecia asiático; trajava uma túnica alaranjada engraçadíssima e trazia na cabeça um chapéu enorme mais engraçado ainda. Mas o destaque fica, sem dúvida, por conta dos japoneses, que sempre aparecem com roupas e penteados de cores e formas inesquecíveis. São quase sempre adolescentes, e jamais aparecem em bandos de número inferior a cinquenta indivíduos, empolgados com tudo, rindo e falando alto e tirando pelo menos uma foto a cada cinco segundos. Para conduzir o bando todo, o guia turístico anda com umas placas coloridas na mão, semelhantes a raquetes de tênis de mesa. O efeito conjunto de tudo isso é muito divertido.
Andar de ônibus ou metrô em Paris é como em qualquer outro lugar que tenha esses meios de transporte, exceto, mais uma vez, pela diversidade de línguas. No metrô sentou-se ao meu lado um rapaz que trazia um livro escrito num alfabeto que jamais supus existir, e que talvez não volte a ver nesta curta vida. De resto, ouvi línguas de todos os tipos, inclusive de um tipo muito familiar: português, e com sotaque paulista. A diversidade racial também é muito maior em Paris que no pacato litoral sul. Em particular, a presença de negros é muito mais intensa. Creio que quase todos são oriundos de alguma das antigas colônias francesas na África, e falam com o que me pareceu ser um sotaque diferente (mas, dada a minha ignorância do idioma, essa impressão não pode ser considerada confiável). Muitos deles são camelôs, e andam carregando ou estendem em qualquer calçada (quando a polícia não está por perto) cartões postais, chaveiros e miniaturas da Torre Eiffel: os mesmos objetos que são vendidos nas lojas, mas a preços quatro ou cinco vezes menores, mesmo que o freguês não pechinche. E é muito fácil pechinchar; em muitos casos, os próprios camelôs tomam a iniciativa. Todos eles são sujeitos simpáticos e tratáveis; gostei deles.
A gentileza desses representantes da classe mais baixa de Paris faz lembrar a do povo do sul da França como um todo, e contrasta de modo notável com o jeito de ser da maior parte da população da própria capital francesa. A impressão que tive foi a de um povo sisuso, apressado, estressado, mal-humorado, não muito sensível e ocasionalmente mal-educado. Um único exemplo deixará isso suficientemente claro: ao passo que em Toulon qualquer cidadão, solicitado na rua, se compadeceria de um estrangeiro em dificuldades linguísticas e geográficas e faria de tudo para ajudá-lo (dei vários exemplos disso nas postagens anteriores), numa estação de metrô de Paris o próprio funcionário encarregado de fornecer informações não fez seu trabalho sem antes zombar de mim por causa de meu péssimo francês.
Faço questão de ressaltar esse contraste por uma razão muito simples: muitos brasileiros que já estiveram na França voltaram com uma péssima impressão sobre a hospitalidade e simpatia de seus habitantes. Quando me lembro dos gentis transeuntes, comerciantes e colegas de trabalho das pequenas cidades do litoral sul, não posso deixar de considerar esse juízo totalmente injusto. Já os parisienses, descontadas certas exceções, parecem merecer essa má fama. E, visto que a capital deve ser mais visitada por estrangeiros que qualquer lugar mais pacato, não é nada surpreendente que seus cidadãos tenham inadvertidamente transmitido aos estrangeiros uma impressão ruim sobre a totalidade do país. Mas nisso a França não é diferente de qualquer outro lugar: também aqui no Brasil as grandes cidades apresentam uma proporção consideravelmente maior de gente mal-educada. Os próprios franceses do sul pensam de Paris mais ou menos a mesma coisa que os brasileiros do interior costumam pensar sobre São Paulo ou sobre o Rio de Janeiro.
Por tudo isso, a despeito das inúmeras maravilhas presentes em Paris, muitas das quais ausentes em Toulon e arredores, não foi sem um certo alívio que embarquei na estação para a viagem de volta. Comparativamente, a cidadezinha do sul, que antes me parecera um lugar inóspito, selvagem e pouco acolhedor, agora me parecia um recanto pacato e aconchegante. Foi um passeio delicioso e inesquecível, sem dúvida, e recomendo uma ida a Paris a todos os que não desejam nada além disso. Mas não creio que seja fácil suportar a residência permamente naquele lugar. E disponho de não poucos testemunhos que confirmam essa minha impressão, fornecidos tanto por brasileiros quanto por franceses de outras localidades. Sendo assim, no domingo, depois que escureceu, tomei um ônibus para a Gare de Lyon, comprei um bom lanche e embarquei satisfeito para Toulon. Gostaria de ter ficado mais tempo e ter visto mais e melhor, mas estava contente por voltar ao meu lar temporário. E desta vez fiquei acordado durante a maior parte da viagem. Sendo noite, porém, mais uma vez não pude contemplar as belas paisagens que havia visto na ida, enquanto atravessava o país no sentido oposto.
O Arco do Truinfo é um belo monumento, mas nada que se possa considerar empolgante. Ele é, talvez, tanto pela fama quanto pelo tamanho, o maior exemplo do valor dado pela cultura francesa aos seus mortos em guerra, como já comentei num post anterior. As duas igrejas acima mencionadas são lindas, com traços arquitetônicos ricos e repletas de belíssimas esculturas e outras obras de arte. Quando entrei em Notre Dame, havia no ar um canto muito bonito. E em Sacré Coeur acabei presenciando parte de uma missa que contava, também, com belas músicas. Embora o valor espiritual disso seja muito discutível, não deixou de ser muito agradável ao meu senso estético. O impacto só não foi maior porque, estando na França há várias semanas, eu já estava acostumado a ver prédios bonitos por todos os lados. Considero a primeira catedral mais bonita, mas a segunda tem também uma vantagem nada desprezível: depois de subir as centenas de degraus que levam à entrada (eu contei o número de degraus, mas já não me lembro de quantos eram), tem-se uma vista maravilhosa da cidade - que só não se mostrou ainda mais maravilhosa porque o tempo estava parcialmente nublado.
O Louvre é um caso à parte. Poderíamos ter gasto as duas horas de que dispúnhamos para o passeio apenas na fila para compra dos ingressos, que era gigantesca. Isso não aconteceu apenas graças, mais uma vez, à Régine, que nos conduziu a uma entrada lateral, meio escondida, desconhecida da quase totalidade dos turistas, e na qual não havia fila alguma. (Quem for ao Louvre algum dia me pergunte onde fica essa entrada, que eu explico.) Eu disse acima que poderia passar uma semana lá dentro, mas, pensando bem, creio que o ideal seria ficar ainda mais. Daria para permanecer uma semana em cada ala do museu. Lembro-me especialmente de ter passado correndo pelos quadros renascentistas e barrocos, pela ala egípcia e pelas esculturas gregas e romanas, ficando um ou dois minutos em cada sala, cada uma das quais contendo ao menos várias dezenas de peças. As seções árabe e medieval eu não pude ver, porque estavam em reforma. Mas o que vi, a despeito da pressa, foi maravilhoso. Para quem gosta de arte e história, é uma experiência inesquecível.
Não posso deixar de fazer um breve comentário sobre a Mona Lisa, já que todo mundo pergunta a respeito. É, de longe, uma das coisas menos impressionantes do museu todo, exceto pela quantidade de gente que se amontoa em volta dela para tirar fotos. (Sim, as fotos são permitidas, a despeito do que dizem os boatos.) É também a única sala em que me lembro de ter visto seguranças permanentes. Mas, sinceramente, não entendo o motivo. É um quadro minúsculo que fica atrás de um vidro espesso, e do qual não é possível, mesmo com esforço, chegar a uma distância inferior a uns três metros. Ou seja, mesmo que seja uma obra maravilhosa, não dá para ver muita coisa.
Fora dos pontos turísticos mais famosos também acontece muita coisa interessante. Merece destaque especial a música. Por toda parte - mas sobretudo nos lugares mais movimentados, é claro - há músicos oferecendo sua arte em troca das moedas lançadas pelos transeuntes. Sei que no Brasil isso também acontece, principalmente nas grandes cidades. A diferença reside no seguinte fato: aqui, os que já vi fazendo isso eram, em boa parte das vezes, velhotes com sanfonas meio desafinadas; gente a quem acabamos dando algum dinheiro por pura caridade. Na França, ao contrário, são músicos profissionais da melhor qualidade: no pátio interno do Louvre, um ótimo flautista; em algum lugar de que já não me lembro, um violinista igualmente bom; em frente a um teatro, uma cantora lírica, uma mulata cuja bela voz se fazia ouvir a um quarteirão de distância, numa avenida de trânsito intenso; numa rua qualquer, um quarteto de cordas; nas escadarias de Sacré Coeur, um harpista espanhol. Por todos os lados, excelentes músicos exercendo sua profissão com alegria, ao ar livre e em troca apenas da gentileza dos turistas. Os sons da alta cultura parisiense se espalham por todos os cantos, no meio da rua, e isso contribui para tornar os passeios a pé pela cidade muito mais agradáveis.
Os turistas de Paris são ao mesmo tempo espectadores e parte do espetáculo. Dentro do Louvre, nas ruas, no metrô, nos restaurantes, veem-se todos os tipos de rostos e roupas e ouvem-se muitos idiomas. Lá há europeus de toda parte, e em consequência disso há notas e moedas de euro provenientes de todos os países, ao contrário do que acontecia em Toulon. O simples ato de receber o troco de uma compra pode, portanto, trazer pequenas e agradáveis surpresas. Perto do Louvre, vi um sujeito que não sei de onde era, mas parecia asiático; trajava uma túnica alaranjada engraçadíssima e trazia na cabeça um chapéu enorme mais engraçado ainda. Mas o destaque fica, sem dúvida, por conta dos japoneses, que sempre aparecem com roupas e penteados de cores e formas inesquecíveis. São quase sempre adolescentes, e jamais aparecem em bandos de número inferior a cinquenta indivíduos, empolgados com tudo, rindo e falando alto e tirando pelo menos uma foto a cada cinco segundos. Para conduzir o bando todo, o guia turístico anda com umas placas coloridas na mão, semelhantes a raquetes de tênis de mesa. O efeito conjunto de tudo isso é muito divertido.
Andar de ônibus ou metrô em Paris é como em qualquer outro lugar que tenha esses meios de transporte, exceto, mais uma vez, pela diversidade de línguas. No metrô sentou-se ao meu lado um rapaz que trazia um livro escrito num alfabeto que jamais supus existir, e que talvez não volte a ver nesta curta vida. De resto, ouvi línguas de todos os tipos, inclusive de um tipo muito familiar: português, e com sotaque paulista. A diversidade racial também é muito maior em Paris que no pacato litoral sul. Em particular, a presença de negros é muito mais intensa. Creio que quase todos são oriundos de alguma das antigas colônias francesas na África, e falam com o que me pareceu ser um sotaque diferente (mas, dada a minha ignorância do idioma, essa impressão não pode ser considerada confiável). Muitos deles são camelôs, e andam carregando ou estendem em qualquer calçada (quando a polícia não está por perto) cartões postais, chaveiros e miniaturas da Torre Eiffel: os mesmos objetos que são vendidos nas lojas, mas a preços quatro ou cinco vezes menores, mesmo que o freguês não pechinche. E é muito fácil pechinchar; em muitos casos, os próprios camelôs tomam a iniciativa. Todos eles são sujeitos simpáticos e tratáveis; gostei deles.
A gentileza desses representantes da classe mais baixa de Paris faz lembrar a do povo do sul da França como um todo, e contrasta de modo notável com o jeito de ser da maior parte da população da própria capital francesa. A impressão que tive foi a de um povo sisuso, apressado, estressado, mal-humorado, não muito sensível e ocasionalmente mal-educado. Um único exemplo deixará isso suficientemente claro: ao passo que em Toulon qualquer cidadão, solicitado na rua, se compadeceria de um estrangeiro em dificuldades linguísticas e geográficas e faria de tudo para ajudá-lo (dei vários exemplos disso nas postagens anteriores), numa estação de metrô de Paris o próprio funcionário encarregado de fornecer informações não fez seu trabalho sem antes zombar de mim por causa de meu péssimo francês.
Faço questão de ressaltar esse contraste por uma razão muito simples: muitos brasileiros que já estiveram na França voltaram com uma péssima impressão sobre a hospitalidade e simpatia de seus habitantes. Quando me lembro dos gentis transeuntes, comerciantes e colegas de trabalho das pequenas cidades do litoral sul, não posso deixar de considerar esse juízo totalmente injusto. Já os parisienses, descontadas certas exceções, parecem merecer essa má fama. E, visto que a capital deve ser mais visitada por estrangeiros que qualquer lugar mais pacato, não é nada surpreendente que seus cidadãos tenham inadvertidamente transmitido aos estrangeiros uma impressão ruim sobre a totalidade do país. Mas nisso a França não é diferente de qualquer outro lugar: também aqui no Brasil as grandes cidades apresentam uma proporção consideravelmente maior de gente mal-educada. Os próprios franceses do sul pensam de Paris mais ou menos a mesma coisa que os brasileiros do interior costumam pensar sobre São Paulo ou sobre o Rio de Janeiro.
Por tudo isso, a despeito das inúmeras maravilhas presentes em Paris, muitas das quais ausentes em Toulon e arredores, não foi sem um certo alívio que embarquei na estação para a viagem de volta. Comparativamente, a cidadezinha do sul, que antes me parecera um lugar inóspito, selvagem e pouco acolhedor, agora me parecia um recanto pacato e aconchegante. Foi um passeio delicioso e inesquecível, sem dúvida, e recomendo uma ida a Paris a todos os que não desejam nada além disso. Mas não creio que seja fácil suportar a residência permamente naquele lugar. E disponho de não poucos testemunhos que confirmam essa minha impressão, fornecidos tanto por brasileiros quanto por franceses de outras localidades. Sendo assim, no domingo, depois que escureceu, tomei um ônibus para a Gare de Lyon, comprei um bom lanche e embarquei satisfeito para Toulon. Gostaria de ter ficado mais tempo e ter visto mais e melhor, mas estava contente por voltar ao meu lar temporário. E desta vez fiquei acordado durante a maior parte da viagem. Sendo noite, porém, mais uma vez não pude contemplar as belas paisagens que havia visto na ida, enquanto atravessava o país no sentido oposto.
2 comentários:
Olá André, como está meu irmão?
Desculpe o atraso em me comunicar com você.
Como a chuva diminuiu, estou conseguindo manter a fogueira acesa e enviar sinais de fumaça digitais para o servidor da Vivo. Por isso consegui ler seus últimos posts. Está muito bom. Em certos momentos consegui visualizar as cenas acontecendo. Se como físico a situação não estiver lá muito boa, pode pensar seriamente em escrever. Se bem que, no Brasil, escrever é mais ou menos como ser candidato a pedinte. A menos, claro, que o candidato faça parte da nomenklatura governamental que diz ser cultura o filme da Bruna Surfistinha.
Fraterno abraço!
André, desculpe a linguagem policial, mas você fez um verdadeiro "retrato falado" de Paris pra mim!
:)
Uma viagem dessas tem mesmo que ser registrada com detalhes e cheiros e sons e impressões, etc. Você é um felizardo!
Não sei quanto a você mas não consigo voltar a mesma de viagens marcantes que faço, tais como essa o foi pra você.
bjo!
Obrigada por compartilhar
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