Desde pouco mais de um ano atrás tenho escrito aqui e ali contra algumas tendências que considero reprováveis em alguns círculos reformados, ligadas, de modos diversos, ao pensamento do teólogo e pastor americano Gordon Haddon Clark. Comecei com uma série sobre um artigo de outro teólogo americano, W. Gary Crampton, intitulado A Bíblia contém paradoxo lógico?, série à qual dei o título O direito ao mistério e que publiquei em quatro partes (eis os links para a primeira, segunda, terceira e quarta) neste blog entre 31 de outubro e 15 de novembro de 2010. Mais recentemente, retomei a tarefa de modo parcial, desta vez comentando o segundo capítulo do livro A soberania banida: redenção para a cultura pós-moderna, de um terceiro teólogo americano, R. K. McGregor Wright. Publiquei quatro postagens sobre o tema entre 22 de agosto e 11 de setembro deste ano, sob o título Sutilezas causais, sendo que, na verdade, apenas a primeira e a quarta partes consistiram de comentários ao capítulo em si, enquanto a segunda e a terceira foram um interlúdio destinado a lidar com as críticas e perguntas levantadas a respeito da primeira parte pelo quarto teólogo americano desta história, Alan Myatt, no espaço para comentários deste blog. Enquanto essa última série estava ainda em processo de publicação, publiquei um outro texto isolado comentando alguns aspectos do texto A rejeição do racionalismo por Gordon H. Clark, de autoria de Phil Fernandes, o quinto teólogo americano citado neste parágrafo. De todos os textos que comentei, esse é o único em que o pensamento de Clark ocupa de fato o centro das atenções. O que há em comum entre os conteúdos de todos esses nove textos é apenas isto: expressei neles algumas razões que me levam a reprovar e a me preocupar com o que tenho designado sob o termo "racionalismo" dentro do meio reformado.
Essas postagens despertaram várias reações, tanto favoráveis quanto contrárias às opiniões que tenho defendido sobre o tema. Além do próprio Myatt, recebi visitas de amigos como o Jorge Fernandes e o Osmar Neves, que discordaram respeitosamente nos espaços de comentários deste blog, e tive conversas muito produtivas com outros amigos em outros ambientes. No dia 8 deste mês, apareceu mais uma reação negativa, vinda de Felipe Sabino de Araújo Neto, proprietário do site Monergismo, tradutor e divulgador dos textos de Crampton e Fernandes acima citados, o qual publicou um texto de sua lavra intitulado O racionalismo dos irracionais. Por meio do Monergismo, Sabino e seus colaboradores estão empenhados há anos na divulgação de uma cultura teológica reformada em língua portuguesa, e incontáveis reformados brasileiros (e, suponho, lusófonos em geral) já foram tremendamente abençoados por essa iniciativa. Sou um desses incontáveis; cinco ou seis anos atrás, gastei horas e horas baixando artigos e outros textos para mim mesmo e para meu pai, que na época não tinha nenhuma relação mais direta com a internet. Apesar disso, em parte porque minha vida se tornou muito mais atarefada desde então, não sou mais um leitor do Monergismo, a não ser de modo excepcional. Ainda assim, esse texto que mencionei chegou ao meu conhecimento por ter sido divulgado no Facebook pelo Jorge; como não tenho conta no Facebook, um outro amigo, Leonardo Galdino, me avisou a respeito. O que chamou a atenção deste último foi o fato de terem sido citados no artigo, em tom crítico, um André e um Leonardo. São nomes aparentemente escolhidos a esmo, que poderiam ser substituídos por José e João, ou Fulano e Beltrano, sem prejuízo da compreensão do texto. Contudo, o Leonardo não pôde deixar de notar essa coincidência, pois ele tem aprovado ao menos em parte minhas críticas ao racionalismo, e o artigo em questão destina-se justamente a criticar alguns indivíduos não especificados que atribuem racionalismo a Gordon Clark. Ainda assim, nada no texto indica necessariamente que se referem a duas pessoas reais, e de fato não parecia ser assim em um primeiro momento; o próprio Leonardo me mostrou o artigo em tom de brincadeira, não crendo que se tratasse de algo mais que uma divertida coincidência. Nesse mesmo espírito jocoso, ele perguntou diretamente a Sabino, ainda no Facebook, se o texto se referia a nós, e recebeu uma resposta deveras ambígua. Pouco mais tarde, contudo, depois de uma breve participação minha na conversa, que fiz por meio da conta da Norma, minha esposa, Sabino acabou deixando claro que eu era, de fato, pelo menos um dos alvos de seu texto. Nessa conversa, depois de ter inviabilizado qualquer diálogo civilizado, Sabino lançou sobre mim diretamente as mesmas acusações feitas no texto a sujeitos indefinidos, e acrescentou que não divulgou seu texto no Facebook porque sabia que isso daria confusão.
A presente série de postagens, que dividi em seis partes, destina-se, pois, a tecer considerações sobre o artigo de Sabino. A história que contei sem detalhes no parágrafo acima não tem outro propósito além de esclarecer que não estou, com isso, tentando estabelecer um diálogo filosófico e teológico com ele, pois os fatos precedentes já tornaram patente que um diálogo desse tipo nunca fez parte de suas intenções. Enquanto o Jorge e o Osmar, ambos admiradores de Clark (o que também sou, embora em menor medida), vieram ao meu blog argumentar e fazer perguntas, ele não só não fez isso (e não digo que tivesse alguma obrigação de fazê-lo), mas também escreveu sua crítica sem especificar a quem se dirigia, e privou-se de divulgá-la no Facebook na esperança de que ela não chegasse ao meu conhecimento. Dessa forma, ele me privou de qualquer direito de contra-argumentação ou mesmo simples esclarecimento de minhas posições. Esse procedimento me parece injusto, e por isso mesmo, em todos os meus textos listados no parágrafo inicial, nunca deixei de especificar a pessoa cujas ideias, disposições ou cosmovisão eu estava criticando; sempre que possível, disponibilizei os links para que meus leitores pudessem conhecer os textos criticados; e, já no parágrafo inicial do mais antigo desses textos, sugeri: "Recomendo aos interessados que o leiam, de preferência antes de prosseguir com a leitura deste meu post, para que possam aprovar ou condenar minha análise com propriedade". Essa é a postura que considero correta e que continuarei aplicando, inclusive a Felipe Sabino, muito embora ele tenha agido de modo diferente para comigo, por razões acerca das quais não convém especular. Peço, pois, aos meus leitores que leiam o texto O racionalismo dos irracionais de Felipe Sabino antes de ler o meu texto, caso já não o tenham feito.
Antes de entrar no assunto propriamente dito, convém que eu esclareça algo sobre minha motivação. Eu disse, no parágrafo anterior, que não pretendo estabelecer um diálogo com Sabino. Qual é, então, meu objetivo? Temo que só me seja possível explicar isso antecipando uma das conclusões do que escreverei a seguir: a compreensão demonstrada pelo autor do artigo acerca do que defendi em minhas postagens acima listadas é mínima, e O racionalismo dos irracionais não chega a lidar de maneira séria com nenhuma das questões por mim levantadas. No entanto, isso não impediu que meu amigo Jorge recomendasse o texto aos seus amigos com grande entusiasmo, descrevendo-o como "deveras apropriado". (Ainda que ele não tenha percebido que o artigo se dirigia a mim, resta o fato de que, conhecendo meus posicionamentos, ele poderia ter percebido que o artigo não pode ser considerado uma refutação séria a pelo menos algumas críticas à visão ali defendida.) Ora, se a incompreensão de um irmão a quem respeito é sempre motivo para preocupação, a de dois o é muito mais. E, se duas pessoas que conheço me entenderam tão pouco, deve haver muitas outras que sofrem de incompreensão semelhante, ainda que eu não as conheça. Levando em conta esses fatos, concluí que vale a pena tomar a publicação do texto de Sabino como uma oportunidade de explicar melhor o que não ficou suficientemente claro nos textos anteriores, e sondar as razões de tamanha falta de entendimento. Tenho esperança de que o empreendimento a que agora dou início tenha um efeito bastante didático nesse sentido. Além disso, será uma boa oportunidade para que os irmãos que concordam com Sabino, e talvez até o próprio, venham a entender meus posicionamentos e argumentos e, quem sabe, a dialogar comigo a respeito como convém a irmãos em Cristo numa oportunidade futura.
A primeira coisa que me chama a atenção no texto pode ser vista já em suas palavras iniciais:
"Eu não creio que haja paradoxos lógicos na Escritura. Contudo, não estou em guerra contra aqueles que creem diferente. [...] Contudo, incomoda-me ver aqueles que defendem o paradoxo lógico xingar (sim, trata-se de um xingamento!) os que pensam diferente de racionalistas, mesmo quando esses são calvinistas, crendo na suficiência da Escritura. Gordon Clark, autor que possui vários textos disponibilizados no Portal Monergismo, bem como alguns livros publicados pela Editora Monergismo, é algumas vezes alvo de tal crítica. Isso a despeito de ele ter sido um teólogo calvinista e pastor presbiteriano."
Em seguida, Sabino cita duas vezes o testemunho de R. J. Rushdoony, teólogo e filósofo calvinista que, embora seja crítico de Clark, não o considera racionalista. Lidarei depois com o argumento de Rushdoony, e também com o propósito da menção feita a ele no texto. No momento, convém ressaltar a lição que o autor do artigo extrai das duas citações:
"Rushdoony, a despeito de suas diferenças com Clark, mesmo em questões como o lugar da lógica na teologia e filosofia, não permite que as diferenças transformem-se em calúnia contra um seguidor de Cristo, que cria absolutamente na inerrância e suficiência da Escritura. Num livro que pretendia ser um lugar para críticas à teologia e filosofia de Clark, Rushdoony não sucumbiu ao erro de muitos nesse aspecto. Não precisamos nos valer de calúnias para expressar nossas divergências para com outras pessoas."
Tudo isso deixa claro que, na opinião de Sabino, dizer que é racionalista um pastor presbiteriano, teólogo calvinista e crente na absoluta inerrância e insuficiência da Escritura é algo intrinsecamente absurdo, a tal ponto que só resta descrever essa atitude mediante os qualificativos de "xingamento" e "calúnia". Esse ponto é tomado no artigo como óbvio, como se nota no fato de que não se julgou necessário argumentar a respeito. Dizendo de outra forma, o autor está convencido de que a simples exposição dos fatos - Clark é pastor presbiteriano, teólogo calvinista e crente na absoluta inerrância e insuficiência da Escritura - já basta para evidenciar a falsidade da acusação de que se trata de um racionalista. Estou registrando isso apenas pelo seguinte motivo: não iremos a lugar algum se não entendermos por que Sabino acha isso tão óbvio, e não entenderemos isso antes de compreender que conceito de racionalismo ele tem em mente. Mas, antes de começar a fazer isso, há uma coisa muito importante que preciso esclarecer, e o farei, no próximo post, começando por uma digressão que se revelará de não pouca importância.
Essas postagens despertaram várias reações, tanto favoráveis quanto contrárias às opiniões que tenho defendido sobre o tema. Além do próprio Myatt, recebi visitas de amigos como o Jorge Fernandes e o Osmar Neves, que discordaram respeitosamente nos espaços de comentários deste blog, e tive conversas muito produtivas com outros amigos em outros ambientes. No dia 8 deste mês, apareceu mais uma reação negativa, vinda de Felipe Sabino de Araújo Neto, proprietário do site Monergismo, tradutor e divulgador dos textos de Crampton e Fernandes acima citados, o qual publicou um texto de sua lavra intitulado O racionalismo dos irracionais. Por meio do Monergismo, Sabino e seus colaboradores estão empenhados há anos na divulgação de uma cultura teológica reformada em língua portuguesa, e incontáveis reformados brasileiros (e, suponho, lusófonos em geral) já foram tremendamente abençoados por essa iniciativa. Sou um desses incontáveis; cinco ou seis anos atrás, gastei horas e horas baixando artigos e outros textos para mim mesmo e para meu pai, que na época não tinha nenhuma relação mais direta com a internet. Apesar disso, em parte porque minha vida se tornou muito mais atarefada desde então, não sou mais um leitor do Monergismo, a não ser de modo excepcional. Ainda assim, esse texto que mencionei chegou ao meu conhecimento por ter sido divulgado no Facebook pelo Jorge; como não tenho conta no Facebook, um outro amigo, Leonardo Galdino, me avisou a respeito. O que chamou a atenção deste último foi o fato de terem sido citados no artigo, em tom crítico, um André e um Leonardo. São nomes aparentemente escolhidos a esmo, que poderiam ser substituídos por José e João, ou Fulano e Beltrano, sem prejuízo da compreensão do texto. Contudo, o Leonardo não pôde deixar de notar essa coincidência, pois ele tem aprovado ao menos em parte minhas críticas ao racionalismo, e o artigo em questão destina-se justamente a criticar alguns indivíduos não especificados que atribuem racionalismo a Gordon Clark. Ainda assim, nada no texto indica necessariamente que se referem a duas pessoas reais, e de fato não parecia ser assim em um primeiro momento; o próprio Leonardo me mostrou o artigo em tom de brincadeira, não crendo que se tratasse de algo mais que uma divertida coincidência. Nesse mesmo espírito jocoso, ele perguntou diretamente a Sabino, ainda no Facebook, se o texto se referia a nós, e recebeu uma resposta deveras ambígua. Pouco mais tarde, contudo, depois de uma breve participação minha na conversa, que fiz por meio da conta da Norma, minha esposa, Sabino acabou deixando claro que eu era, de fato, pelo menos um dos alvos de seu texto. Nessa conversa, depois de ter inviabilizado qualquer diálogo civilizado, Sabino lançou sobre mim diretamente as mesmas acusações feitas no texto a sujeitos indefinidos, e acrescentou que não divulgou seu texto no Facebook porque sabia que isso daria confusão.
A presente série de postagens, que dividi em seis partes, destina-se, pois, a tecer considerações sobre o artigo de Sabino. A história que contei sem detalhes no parágrafo acima não tem outro propósito além de esclarecer que não estou, com isso, tentando estabelecer um diálogo filosófico e teológico com ele, pois os fatos precedentes já tornaram patente que um diálogo desse tipo nunca fez parte de suas intenções. Enquanto o Jorge e o Osmar, ambos admiradores de Clark (o que também sou, embora em menor medida), vieram ao meu blog argumentar e fazer perguntas, ele não só não fez isso (e não digo que tivesse alguma obrigação de fazê-lo), mas também escreveu sua crítica sem especificar a quem se dirigia, e privou-se de divulgá-la no Facebook na esperança de que ela não chegasse ao meu conhecimento. Dessa forma, ele me privou de qualquer direito de contra-argumentação ou mesmo simples esclarecimento de minhas posições. Esse procedimento me parece injusto, e por isso mesmo, em todos os meus textos listados no parágrafo inicial, nunca deixei de especificar a pessoa cujas ideias, disposições ou cosmovisão eu estava criticando; sempre que possível, disponibilizei os links para que meus leitores pudessem conhecer os textos criticados; e, já no parágrafo inicial do mais antigo desses textos, sugeri: "Recomendo aos interessados que o leiam, de preferência antes de prosseguir com a leitura deste meu post, para que possam aprovar ou condenar minha análise com propriedade". Essa é a postura que considero correta e que continuarei aplicando, inclusive a Felipe Sabino, muito embora ele tenha agido de modo diferente para comigo, por razões acerca das quais não convém especular. Peço, pois, aos meus leitores que leiam o texto O racionalismo dos irracionais de Felipe Sabino antes de ler o meu texto, caso já não o tenham feito.
Antes de entrar no assunto propriamente dito, convém que eu esclareça algo sobre minha motivação. Eu disse, no parágrafo anterior, que não pretendo estabelecer um diálogo com Sabino. Qual é, então, meu objetivo? Temo que só me seja possível explicar isso antecipando uma das conclusões do que escreverei a seguir: a compreensão demonstrada pelo autor do artigo acerca do que defendi em minhas postagens acima listadas é mínima, e O racionalismo dos irracionais não chega a lidar de maneira séria com nenhuma das questões por mim levantadas. No entanto, isso não impediu que meu amigo Jorge recomendasse o texto aos seus amigos com grande entusiasmo, descrevendo-o como "deveras apropriado". (Ainda que ele não tenha percebido que o artigo se dirigia a mim, resta o fato de que, conhecendo meus posicionamentos, ele poderia ter percebido que o artigo não pode ser considerado uma refutação séria a pelo menos algumas críticas à visão ali defendida.) Ora, se a incompreensão de um irmão a quem respeito é sempre motivo para preocupação, a de dois o é muito mais. E, se duas pessoas que conheço me entenderam tão pouco, deve haver muitas outras que sofrem de incompreensão semelhante, ainda que eu não as conheça. Levando em conta esses fatos, concluí que vale a pena tomar a publicação do texto de Sabino como uma oportunidade de explicar melhor o que não ficou suficientemente claro nos textos anteriores, e sondar as razões de tamanha falta de entendimento. Tenho esperança de que o empreendimento a que agora dou início tenha um efeito bastante didático nesse sentido. Além disso, será uma boa oportunidade para que os irmãos que concordam com Sabino, e talvez até o próprio, venham a entender meus posicionamentos e argumentos e, quem sabe, a dialogar comigo a respeito como convém a irmãos em Cristo numa oportunidade futura.
A primeira coisa que me chama a atenção no texto pode ser vista já em suas palavras iniciais:
"Eu não creio que haja paradoxos lógicos na Escritura. Contudo, não estou em guerra contra aqueles que creem diferente. [...] Contudo, incomoda-me ver aqueles que defendem o paradoxo lógico xingar (sim, trata-se de um xingamento!) os que pensam diferente de racionalistas, mesmo quando esses são calvinistas, crendo na suficiência da Escritura. Gordon Clark, autor que possui vários textos disponibilizados no Portal Monergismo, bem como alguns livros publicados pela Editora Monergismo, é algumas vezes alvo de tal crítica. Isso a despeito de ele ter sido um teólogo calvinista e pastor presbiteriano."
Em seguida, Sabino cita duas vezes o testemunho de R. J. Rushdoony, teólogo e filósofo calvinista que, embora seja crítico de Clark, não o considera racionalista. Lidarei depois com o argumento de Rushdoony, e também com o propósito da menção feita a ele no texto. No momento, convém ressaltar a lição que o autor do artigo extrai das duas citações:
"Rushdoony, a despeito de suas diferenças com Clark, mesmo em questões como o lugar da lógica na teologia e filosofia, não permite que as diferenças transformem-se em calúnia contra um seguidor de Cristo, que cria absolutamente na inerrância e suficiência da Escritura. Num livro que pretendia ser um lugar para críticas à teologia e filosofia de Clark, Rushdoony não sucumbiu ao erro de muitos nesse aspecto. Não precisamos nos valer de calúnias para expressar nossas divergências para com outras pessoas."
Tudo isso deixa claro que, na opinião de Sabino, dizer que é racionalista um pastor presbiteriano, teólogo calvinista e crente na absoluta inerrância e insuficiência da Escritura é algo intrinsecamente absurdo, a tal ponto que só resta descrever essa atitude mediante os qualificativos de "xingamento" e "calúnia". Esse ponto é tomado no artigo como óbvio, como se nota no fato de que não se julgou necessário argumentar a respeito. Dizendo de outra forma, o autor está convencido de que a simples exposição dos fatos - Clark é pastor presbiteriano, teólogo calvinista e crente na absoluta inerrância e insuficiência da Escritura - já basta para evidenciar a falsidade da acusação de que se trata de um racionalista. Estou registrando isso apenas pelo seguinte motivo: não iremos a lugar algum se não entendermos por que Sabino acha isso tão óbvio, e não entenderemos isso antes de compreender que conceito de racionalismo ele tem em mente. Mas, antes de começar a fazer isso, há uma coisa muito importante que preciso esclarecer, e o farei, no próximo post, começando por uma digressão que se revelará de não pouca importância.
29 comentários:
André.
Até agora só posso dizer: QUERO MAIS! Me atrevendo a antecipar um muito bom, continue assim. Eu gostei dos outros posts citados e estou aguardando sua manifestação pública sobre o caso, para então me posicionar oficialmente, embora todos saibam (os que me conhecem) qual é o "meu lado".
Aguardando ansiosamente,
Esli Soares
André,
Com relação a esta "introdução", posso adiantar que aprovo o tom respeitoso e equilibrado, a despeito do que se usou no outro artigo sob crítica.
A 'priori', posso dizer que desaprovo, outrossim, o endeusamento que fazem a certos autores, inclusive nos círculos reformados, e a consequente virulência com que tratam os seus críticos - ainda que sejam estes críticos igualmente reformados. Pelo que li e senti do artigo da lavra do Sabino, é proibido criticar os tais autores, cujos críticos são sumariamente tratados como detratores, caluniadores, xingadores etc. Nesse aspecto ( e em tantos outros), me alinho a você: é impossível dialogar com irmãos assim.
Dá-me a impressão que se defendem não ideias, mas pessoas; que atacam-se não os argumentos, mas o titular deles (os argumentos). O que explica essa incompreensão, senão ignorância, mostrados naquele texto (do Sabino).
Pois bem, esperarei ansioso a continuação.
Ricardo.
André,
como te falei alhures, você é um dos grandes responsáveis pelo meu interesse nesse assunto, sobre o qual tenho desenvolvido alguns pensamentos, extraídos, especialmente, dos diálogos de Jesus com os racionalistas de sua época, mormente os fariseus. E, olhando para estes e para a forma como Jesus lidava com os mesmos (e não apenas Jesus, mas o próprio Paulo, que fora fariseu), penso que o conceito de justiça própria é muito mais profundo do que imaginamos.
Ansiosíssimo pelos próximos posts, meu caro!
Abraços!
Imagino que a definição de "racionalismo" chamada de calúnia contra Clark sejam as que o associam com o racionalismo do tal Hackett ou Carnell feitas por aí, e coisas parecidas.
Não sei se todas as suas críticas a Clark são 100% fiéis, mas diria que seu modo de expressar discordâncias está mais próximo do Rushdoony. Até porque Clark aceita o rótulo. "Que eu sou um “evangélico racionalista e calvinista”, eu não nego".
(Mas há mesmo uma obscuridade no trecho "Aqueles que acusam a posição de Clark ... de racionalismo demonstram não somente ignorância do assunto sobre o qual estão falando", isso pode aplicar-se a alguns se se refere a um uso errado do termo, mas não a todos os seus criticos.)
Obrigado.
(... Quanto a acusação de calúnia referir-se a seus argumentos, lendo só o texto dele citado não teria esta impressão. Mas já que a história vai além ...)
Me parece que F. Schaeffer não era muito pelo mistério...
Uau! Anuncia-se uma aula em tanto.
Oremos para que todos nós tenhamos uma imensa oportunidade de crescermos juntos. André, querido, aguardo ansioso, enquanto isso vou ler o texto do Sabino e os demais citados nos teu post. Que a sabedoria e o conhecimento de Deus estejam se derramando sobre você.
Abraços sempre muito afetuosos.
Fábio.
Caro André,
quando postei o texto no Facebook, não tive a intenção de causar toda essa celeuma, especialmente a "pendenga" entre o Felipe, você e a Norma. Tenho todos como bons amigos e irmãos, e isso me entristeceu muito, saber que fui a origem desse "mal".
Bem, mas todos somos adultos e responsáveis pelo que fazemos e dizemos, e o que está feito, está feito.
Em relação ao texto do Felipe tenho a mesma impressão que ele [e já expus isso a você naquela nossa última discussão]: quando vocês nos chamam de racionalistas, sinto-me ofendido porque a alusão primeira que me vêm à mente é a incredulidade. Então, para mim, o rótulo racionalista tem o equivalente à incredulidade, mas pode ser que o meu conceito esteja errado, e que o seu, o qual irá expor à frente, possa minimizar ou anular esta sensação que tenho.
Quanto à Clark, ele não é infalível, e espero, sinceramente, que você possa, em breve, apontar não somente os pontos negativos em sua teologia/filosofia, mas apontar os pontos positivos e que o tornam em um grande teólogo calvinista.
Do jeito que a coisa é pintada [e não digo propriamente pelo que você escreve mas muito mais pelos que o leem e passam a emitir opiniões muitas vezes distorcidas] Clark é um equívoco teológico/filosófico, e, portanto, deve ser erradico do meio reformado/calvinista.
Reitero que essa impressão é muito mais vista nos "comentadores" que hiperbolizam alguns argumentos e conclusões dos seus textos do que propriamente por você, que reconheceu haver coisas boas em Clark, e que reconheceu precisar ler mais a sua obra.
Acompanharei a sua nova série, orando para que o bom Deus nos guie e nos capacite ao conhecimento da verdade; e que os ânimos sejam arrefecidos.
Grande abraço!
Cristo o abençoe!
Roger,
o Schaeffer "não era muito pelo mistério"? Olha que era, hein!
Jorge,
lembra daquela minha interpretação de Lc 17.7-10, sobre a qual discutimos no Facebook? É mais ou menos aquela a minha concepção de racionalismo; ou, de uma de suas facetas, digamos. Mas o André deve desenvolver mais algo nesse sentido, nos próximos posts. Aguardemos, pois!
Abração, amigo!
Leo,
acho que Schaeffer, assim como nós, gostava de manter a razão bem viva, e apelava para o mistério só quando convinha.
Então, Roger, não entendi o seu comentário. Terá sido uma mera provocação? Se não, seja mais explícito da próxima vez. Se sim, então só posso lamentar.
Abraços!
Schaeffer aponta T. Aquino como aquele que exalta a razão em detrimento da graça, ou mistério. Mas condena Kierkengaard...
Acho que não existe uma linha divisória clara. Está valendo o subjetivismo.
Saudações!
Caros Esli, Ricardo e Leonardo, muito obrigado pela gentileza e pelo incentivo à continuidade desta série. Em breve terão a continuação.
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Caro Matheus, seja bem-vindo. Comentarei sucintamente suas palavras.
"Imagino que a definição de 'racionalismo' chamada de calúnia contra Clark sejam as que o associam com o racionalismo do tal Hackett ou Carnell feitas por aí, e coisas parecidas."
Não sei por que você imagina isso. O artigo de Sabino não faz qualquer restrição em sua condenação ao uso do termo "racionalismo" aplicado a Clark. Se havia algo mais específico em mente, o autor se expressou muito mal.
"Não sei se todas as suas críticas a Clark são 100% fiéis, mas diria que seu modo de expressar discordâncias está mais próximo do Rushdoony."
Não entendi se você se refere aos posts anteriores ou a este aqui. De qualquer modo, nada sei quanto às críticas de Rushdoony. Depois que eu tiver exposto meus argumentos, talvez você possa confirmar isso, ou não. Fique à vontade para tecer mais comentários nesse sentido, se quiser.
"Até porque Clark aceita o rótulo. 'Que eu sou um evangélico racionalista e calvinista, eu não nego'."
Pois é, mas Sabino nega, como se pode ver em "O racionalismo dos irracionais". É claro que é uma questão de definição do termo. Mas passarei por essa questão a partir do próximo post.
"Mas há mesmo uma obscuridade no trecho 'Aqueles que acusam a posição de Clark ... de racionalismo demonstram não somente ignorância do assunto sobre o qual estão falando', isso pode aplicar-se a alguns se se refere a um uso errado do termo, mas não a todos os seus criticos."
É o que eu acho também. Só discordo em um detalhe: isso não é uma obscuridade, e sim uma injustiça bastante clara.
"Quanto a acusação de calúnia referir-se a seus argumentos, lendo só o texto dele citado não teria esta impressão. Mas já que a história vai além..."
Tem razão. Como eu disse no post, eu também não teria tido essa impressão (e não tive, assim como o Leonardo também não), até que o próprio autor do artigo deixou isso bem claro.
Bem, Matheus, por enquanto é só. Mas fique à vontade para comentar os posts seguintes, se quiser.
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Roger, já que sua segunda declaração contradisse a primeira, não me resta muito a dizer sobre nenhuma delas. Limito-me, portanto, a comentar a terceira. Ora, não há contradição alguma entre criticar Tomás de Aquino por valorizar demais a razão e criticar Kierkegaard por valorizá-la de menos. Enxergar subjetivismo nisso é, para mim, um erro grosseiro de lógica. Acho, portanto, que você leu Schaeffer muito mal. Se quiser demonstrar o contrário, com mais referências e menos mepareces, fique à vontade. Mas não esqueça que, em primeiro lugar, o texto nem é sobre Schaeffer.
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Caro Fábio, obrigado pelo interesse. Não tenho nenhuma pretensão de dar uma aula, mas tenho esperança de que todos aprendamos com esta série - o que, aparentemente, já começou a acontecer.
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Caro Jorge, muito obrigado pelo comentário. Saiba, antes de tudo, que não o considero a "origem desse mal", e sim, no máximo, seu meio de transmissão involuntária, pois, ao divulgar o texto de Sabino, você sem querer frustrou as intenções dele - o que certamente resultará em bem para todos os irmãos envolvidos.
Quanto aos seus comentários acerca do termo "racionalismo", fiquei impressionado em ver o quanto meu próximo post virá a calhar. Dentro de alguns dias, pois, você entenderá melhor a relação que vejo entre o racionalismo e a questão da incredulidade ou não de seus portadores.
Quanto a Clark, não sei se satisfarei totalmente seus anseios nesta série de postagens. Por enquanto, a questão do racionalismo é a única que estou interessado em investigar - e, mesmo assim, não de Clark especificamente, coisa que nunca fiz. Como você pode ver nos meus textos que linkei no post, dirigi minhas críticas a Crampton, Wright e Fernandes, tendo sido Clark "atingido" apenas indiretamente. Mas você poderá me perguntar especificamente sobre minhas opiniões acerca de Clark não declaradas nesta série, e darei minhas opiniões com satisfação, na medida em que eu as tiver.
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Abraços a todos!
No aguardo, André.
Temos algumas pequenas diferenças em certas definições e acho que algumas também, mas ainda menores, quanto ao entendimento disso tudo.
Assim como os outros hereges, estou ansioso pelo que vem por aí.
Jorge, já disse mais de uma vez: sua postura me alegra!
NEle,
Roberto
Trouxe Schaeffer pois essa temática racional-irracional está lá nos escritos dele. E você notará, em sua excelente leitura, que ele foi bem racionalista.
Somos todos filhos da modernidade. Quem nos livrará do corpo desse racionalismo?
Graças s Deus por Kierkegaard e Schleiermacher!
Caro Roger, em minha excelente leitura de Schaeffer não notei racionalismo nenhum. E você, até o momento, não apresentou um único argumento em contrário. Tudo o que fez foi emitir opiniões sem a fundamentação adequada, ou mesmo flagrantemente contraditórias e gratuitas. Recomendo fortemente que você comece a argumentar de modo decente, ou esta conversa será um desperdício de tempo para nós todos.
Fique à vontade parafrasear Romanos 7.24-25 como quiser. Quanto a mim, prefiro a versão original do versículo: "Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor". É ele quem me livra do racionalismo. Se você prefere depositar suas esperanças em Kierkegaard e Schleiermacher, temo que não irá muito longe. São salvadores muito pequenos.
Abraços!
Então economizemos nosso tempo.
Abraço pra ti também, André.
Olá André,
gostei de sua gentileza em passar lá no meu Blog para deixar seus justos esclarecimentos.
Isso de certa forma me constrange a buscar argumentos para defender meu comentário sobre o racionalismo de Schaeffer, e trazê-los aqui, ainda que não seja o lugar mais apropriado.
Isso exigirá de mim um esforço adicional, para adaptar meu ponto de vista à temática do Post e não deixar que a discução assuma outros pontos além dos já levantados por você no Post. Não sei se conseguirei...
Em todos os debates que já travei com pessoas de grosso calibre, iniciando com você agora, o Augustus Nicodemus, a Norma e alguns outros, percebo que a coisa começa não muito bem e, INFELIZMENTE, termina pior.
Lamento muito isso e estou para postar no Teologia Livre minhas impressões sobre o porque disso ser assim. (Provavelmente a situação sua com Sabino e os escritos de ambos esbarram na mesma problemática - é interessante ver que os calvinistas também tem seus pegas entre si). Não me conformo com as explicações simplistas de que seja simplesmente "má fé" de um ou outro lado - como sempre deixa-se transparecer. Também discordo da afirmação de que seja só orgulho nosso... ainda que eu saiba que o orgulho nos acompanha, a nós todos, nesse exercício de blogar e discutir a fé.
Mas deixando essa questão para minha postagem nA Teologia Livre, tentarei provar para você, para o Leo e para mim mesmo, que não foi mera provocação, dizer que Schaeffer não era chegado no mistério. E isso farei depois de pesquidar com bastante calma, amor e carinho, em um próximo comentário.
Abraços fraternos,
Roger
Então, que assim seja, Roger.
Abraços!
Ai, ai, ai, me encrenquei...
Para inicio tomemos Franscis Schaeffer em seu livro “A morte da razão” e um conceito de racionalista:
“Com isto queremos dizer que o homem começa absoluta e totalmente de si mesmo, coleciona a informação a respeito dos particulares e formula os universais. Este é o sentido próprio do termo racionalista e é nessa acepção que uso a palavra neste livro.”
Esse conceito concorda com o Aurélio que diz:
Racionalismo - 1.Método de observar as coisas baseado exclusivamente na razão, considerada como única autoridade quanto à maneira de pensar e/ou de agir.
Na história da Filosofia, o exemplo mais célebre de intuição intelectual é conhecido como o cogito cartesiano, isto é, a afirmação de Descartes: “Penso (cogito), logo existo”. O homem é capaz de constatar sua própria existência sozinho, somente através da lógica do pensar.
Mas o pensar em si não é racionalismo e Schaeffer irá contrapor o racionalismo à racionalidade, aprovando naturalmente esta e condenando aquele.
Trocando em miúdos, vocês irão concordar comigo que a tese central de Schaeffer é que as coisas da fé estão ligadas à razão, não se pode separá-las em dois campos distintos. Obviamente que para Schaeffer, e para nós também, um dos principais pilares desta fé, e assim também da racionalidade, estará na Bíblia, que detêm e mantém maior autoridade. Caso a razão dê (ou não) conta do recado a Bíblia permanece com a última palavra.
Schaeffer irá bater nessa tecla o tempo todo: não se pode fugir do exame racional da fé (ou da filosofia, da teologia, das artes e etc), mas não exagerem, o homem caiu, sua razão também. E ele dirá, Razão não é tudo. Há um Deus, há uma Bíblia. Apeguemo-nos “racionalmente” ao Deus da Bíblia.
Se o conceito de racionalismo se limitar somente aos dois inicialmente citados - e estou cônscio de que este é tema para seu próximo post – dificilmente encontraríamos pessoas puramente racionalistas.
Concordo com Sabino, o Fernando, que disse: “Para mim, a fé prevalece sobre a razão, mas não a contraria. O homem só é um ser racional porque tem fé, mesmo quando pensa que não tem: neste caso, o que ele não tem é razão.”
Nesse sentido vale outro conceito filosófico de racionalismo oferecido pelo Aurélio:
“3.Filos. Doutrina que considera ser o real plenamente cognoscível pela razão ou pela inteligência, em detrimento da intuição, da vontade, da sensibilidade, etc.; intelectualismo.”
Aqui teríamos que dizer, opa, Deus não pode de forma alguma ser plenamente cognoscível pela razão. Há o mistério!
E é justamente aqui que considero Schaeffer um racionalista e que se afasta do Mistério. Pois, haverá pontos que teremos que dizer aqui a razão para e a fé prossegue, ela prevalece. E haverá uma linha divisória. Caso não houver divisão entre fé e razão, não se pode determinar o que para um seja questão de fé (pura confiança em uma revelação, por exemplo) ou pura dedução lógica. Ou qual elemento terá maior peso. Daí digo que há margem suficiente para o subjetivismo.
Gosto de pensar, e talvez vocês concordarão comigo, que os primeiros discípulos não creram na ressurreição de Cristo por fé, mas por vista. Foi um ato extremamente racional, ainda que suportado pela experiência empírica, (embora que lastreado por atos anteriores de fé que o ligaram a Jesus na condição de discípulos). Já, aqueles que não viram mas creram, tiveram uma atitude obviamente bem maior de fé.
Schaeffer denuncia que “A fé, expressa em termos seculares ou religiosos se torna [ou tornou] um salto destituído de qualquer verificação porque é totalmente separada do lógico e do racional. […] Desta sorte, pois, em nossos dias, a esfera da fé está situada no âmbito do não racional e não-lógico em oposição ao racional e lógico; o inverificável em contraste com o verificável.” Esse é um conceito ultrapassado, se é que um dia já foi assim. Nunca mais, na história da Filosofia, haverá igual confiança nas capacidades e nos poderes da razão humana como houve no Grande Racionalismo Clássico. Dentre os principais pensadores desse período como Francis Bacon, Descartes, Galileu, Pascal, Hobbes, Espinosa, Leibniz, Malebranche, Locke, Berkeley, Newton, Gassendi, muitos eram pessoas de fé.
Finalizando: o que para um é racional acreditar na Bíblia, ou em Deus ou na trindade; para outro isso é questão de fé… Um diz é lógico, outro diz, não, é fé. Outro dirá, é fé e lógica! Outro dirá é fé e não tem lógica, e outro ainda, não é fé nem lógica…
Por isso essas discussões não tem fim ou acordo. Vocês dirão, ficou maluco, apostatou. E eu direi faltou-lhes flexibilidade, não souberam relativizar. Ou como já disse você e concordo plenamente: pura perda de tempo.
Por que vocês me enrascaram nessa? Seus sacanas! Mas me calo agora, na tola esperança de que me devolvam algo agradável, interessante e edificante para ler, ainda que vocês julguem esse meu humilde tratado justamente o contrário.
Abraços.
Caro Roger, mal posso acreditar que li isto aqui:
"Por isso essas discussões não tem fim ou acordo. Vocês dirão, ficou maluco, apostatou. E eu direi faltou-lhes flexibilidade, não souberam relativizar. Ou como já disse você e concordo plenamente: pura perda de tempo.
Por que vocês me enrascaram nessa? Seus sacanas! Mas me calo agora, na tola esperança de que me devolvam algo agradável, interessante e edificante para ler, ainda que vocês julguem esse meu humilde tratado justamente o contrário."
Rapaz! Você não sabe conversar sem se colocar em posição de vítima da intolerância fundamentalista o tempo todo? Isso é muito desagradável. Cresça, meu caro!
Explicarei por que estou dizendo isso. Não tive de seu breve texto a impressão de apostasia. Tive a impressão de uma leitura equivocada, de pouca coerência, de confusão mental e de um subjetivismo insustentável. Mas de apostasia, não.
E também estou dizendo isso porque, quando falei em perda de tempo, fui bastante claro: eu estava me referindo à sua recusa de argumentar, e não ao fato de termos posições diferentes e não haver um meio racional de escolher entre elas. A propósito, não creio nisso. Portanto, você tirou minhas palavras do contexto. Má leitura, mais uma vez.
De qualquer modo, fico feliz que você tenha finalmente argumentado, ainda que não muito bem e só depois de eu ter insistido muito. É um sinal de progresso. Porém, como você aparentemente desconfiou, quase tudo o que você disse será, de algum modo, abordado por mim na continuação da série, já que sua denúncia do suposto racionalismo de Schaeffer não foi só uma denúncia do suposto racionalismo de Schaeffer, e sim uma dissertação mais genérica sobre como você vê a questão da relação entre fé e razão de modo geral. Sendo assim, por razões editoriais, não é do meu interesse antecipar meus argumentos dos posts futuros na caixa de comentários. Seguirei, portanto, meu plano inicial de concluir minha série antes de fazer comentários às discussões levantadas em torno dela.
Abraços, e obrigado pela participação. Ela me será útil em breve.
André, você conhece o ditado, né? Gato escaldado tem medo de água fria.
Falamos linguas diferentes. Você fala árabe e eu chinês. Você opera em Linux e eu em Windows.
Nossos sistemas são incompatíveis. Infelizmente.
O que é pior, é que vocês leem em meus escritos, o que vocês bem querem... E sempre denegrindo, puxando para o negativo. Há uma excessão, o Clóvis. Com ele pode-se dialogar respeitosamente.
Isso é mais que triste, é irritante.
Roger, que nossos sistemas são incompatíveis eu sei há muito tempo. Mas não é por isso que nossa troca de palavras não está sendo muito produtiva, pois eu já tive bons diálogos com pessoas que pensam mais ou menos como você. Não sei exatamente do que você está reclamando. Nesta última, tudo o que fiz foi declarar uma opinião desfavorável sobre seus argumentos e apontar para o fato mais que evidente de que você gosta de posar de vítima. Como, aliás, acaba de fazer de novo. Quanto a ler o que bem quer e denegrir, é exatamente a mesma impressão que tenho a seu respeito. E isso, mais que irritante, é triste. Então vá lá discutir com o Clóvis, pois já está mais que claro que você não tem mais nada de bom a dizer por aqui, a despeito de todas as oportunidades que lhe dei.
Não, não, meu amigo, assim não, num impurra não, pera lá que eu saio sozinho.
Tudo de bom pra ti, André!
Abrçs,
Roger
PS: Ouça as pessoas q pensam como eu, que conseguem dialogar contigo. Isso te fará bem. rs
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